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terça-feira, 1 de julho de 2014

Beijo gay e a homossexualidade nas novelas brasileiras

[caption id="attachment_3825" align="aligncenter" width="500"]beijo-gay-na-tv Beijo Gay na TV - Imagem Ilustrativa[/caption]

O tão aguardado beijo gay na novela "em Família" desta segunda (30/06), entre Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller) foi sem emoção alguma. Alias, foi mais um selinho nos lábios do que um beijo propriamente dito. Parece que o fantasma do beijo gay na novela "América", que praticamente parou o Brasil em 2012, ainda assombra à todos. O mais interessante, se você for como eu, que acompanha movimentos de naturalização da homossexualidade (pois ela é apenas mais uma das expressões saudáveis da sexualidade humana, nada além disso - como cito no meu livro O Armário) deve estar de "saco cheio" do tal "beijo gay na TV". E com razão!


Porém, este último foi um pouco diferente. Me parece que tivemos uma repercussão gigantesca nas redes sociais. Muito mais que os outros "beijos gays na TV". Talvez porque hoje temos mais pessoas conectadas: são computadores, tablets e celulares. Além da população mais carente que tem entrado cada vez mais neste universo comunicacional. O problema é que, se você for parar para ler os comentários nos sites de notícias sobre o beijo gay na TV vai ter uma grande surpresa: a sociedade digital ainda é contra, terrivelmente, à homossexualidade (e isso reflete a sociedade não digital, obviamente).


Isso prova que, embora temos acesso à informação séria e educativa, a grande massa digital continua alienada e preconceituosa. Usam a rede apenas para desferir comentários sem sentido contra à homossexualidade e as pessoas homossexuais. Daí entra aquilo que eu sempre repito aos jornalistas que me procuram: Mudou? Falamos mais sobre o assunto? Sim! Mas o preconceito continua o mesmo. Talvez até mais explícito. Alguns comentários, de pessoas comuns, sobre esse ultimo beijo gay incitam a violência e até a morte de homossexuais. E não falo de casos isolados, são muitos. Para não citar as atrocidades que ainda acontecem no mundo real.


O que precisamos e iremos precisar sempre é de educação e informação. Um dos livros que lançamos recentemente pela Editora Orgástica (uma editora focada em diversidade sexual), onde sou sócio, é o Bem-te-vi, escrito por Marli Porto onde um garoto se descobre diferente dos demais e, para apimentar a história, acaba gostando de um colega da mesma escola. Sim, é um livro infantojuvenil e mais de 300 exemplares já foram parar em escolas públicas de São Paulo (página no Facebook). São destes projetos que precisamos! São de pessoas como Marli Porto, eu e tantas outras que fazem - de fato - o mínimo possível por uma sociedade melhor. Uma sociedade que, com perseverança, poderá, finalmente, ver um beijo gay com naturalidade: seja na TV (especialmente nas novelas) ou na rua. Sem se espantar. Sem sentir medo, vergonha ou achar que um beijo gay irá produzir mais homossexuais. São pensamentos deste tipo que precisamos desconstruir: afinal, eu nasci vendo heterossexuais se beijando e não me tornei heterossexual por conta disso!


Vamos acordar Brasil! Passou da hora de evoluirmos. Beijo gay na TV já deu? Não! A discussão - educativa - será sempre válida!

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